Comunidade Portuária de Itapoá.

sábado, 15 de outubro de 2011

Dia do Consumo Consciente tem atividades para estimular preservação ambiental

Consumo Consciente



Agência Brasil

Créditos: Divulgação
O Ministério do Meio Ambiente promove neste sábado o Dia do Consumo Consciente. A ideia é recusar, durante as 24h do dia, as tão famosas sacolinhas. O objetivo é despertar a consciência do público para os problemas sociais, econômicos, ambientais e políticos causados por padrões de produção, consumo excessivo e insustentáveis praticados.

“Um consumidor consciente é aquele que faz escolhas inteligentes para sua qualidade de vida, para respeitar os limites do planeta e para respeitar as outras pessoas”, disse a secretária de Articulação Institucional e Cidadania Ambiental do Ministério do Meio Ambiente, Samira Crespo.

O ministério está promovendo uma campanha em quatro cidades brasileiras: Brasília, São Paulo, Belo Horizonte e Rio de Janeiro. Em parceria com o Metrô, estão sendo colocados contêineres e coletores em estações definidas. Do dia 14 até o dia 26 de outubro, serão coletados todos os materiais eletroeletrônicos que os consumidores quiserem descartar. A meta é coletar 50 toneladas de lixo eletrônico. O material recolhido será reaproveitado ou descartado de forma correta, sem danos para o meio ambiente.

“Tudo que a gente joga fora hoje pode voltar para economia, pode ter uma utilidade, tem valor econômico. Não tem mais nada na nossa sociedade que a gente possa desperdiçar”, disse Samira Crespo. De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, 17,5% da população brasileira têm lixo eletrônico em casa.

Porto Itapoá registra recorde de produtividade


Notícias do Setor


13/10/2011 - Revista Tecnologística


O Porto Itapoá (SC) alcançou, na madrugada de hoje, dia 7 de outubro, seu recorde de produtividade com o navio Cap San Nicolas, do armador Hamburg Süd, chegando à marca de 82,3 MPH (movimentos por hora).

A operação com a embarcação, que demandou um total de 510 movimentos, foi realizada em pouco mais de seis horas de atividades. O último recorde registrado no porto catarinense era de 81,5 MPH, realizado em setembro, com o navio Nagoya Tower, da Maersk.

O Porto Itapoá vem mantendo, desde sua inauguração (leia mais aqui), uma eficiência comparável aos mais modernos terminais do mundo, com média de produtividade acima de 60 MPH em praticamente todas as operações com navios de grande porte.

Em pouco mais de três meses de operação, o porto chegou à marca de 20 mil contêineres movimentados, com uma média de sete mil unidades por mês, referentes tanto ao transporte de longo curso como cabotagem e transbordo. Atualmente o Porto Itapoá possui capacidade para movimentar 350 mil contêineres por ano.

Tráfego liberado

No último dia 28 de setembro, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) emitiu uma nova retificação da Licença de Operação do Porto Itapoá, que libera de forma irrestrita o tráfego de caminhões de contêineres com destino e origem do terminal.

Em junho deste ano, a licença emitida pelo órgão limitava o fluxo de caminhões ao número de 36 unidades por dia, para trafegarem provisoriamente nas ruas urbanas até que as condições de tráfego da rodovia SC-415 estivessem liberadas. Hoje, com condições de trafegabilidade, grande parte dos caminhões já utiliza a via, principal ligação da BR-101 com o terminal, em um trecho de aproximadamente 40 km.

Em função disso, o Porto desenvolveu projetos para minimizar os impactos do tráfego de caminhões em vias públicas e no porto na região. Um investimento de R$ 7,5 milhões prevê a pavimentação do trajeto a ser utilizado pelos caminhões em áreas urbanas, a implantação de ciclovias ao longo de aproximadamente 8 km, reforço na sinalização e ações preventivas e educativas em escolas e para a comunidade em geral.

Além disso, Itapoá ainda está adequado aos padrões dos portos mais modernos do mundo, com mínima interferência no meio ambiente, monitorando a água, flora, fauna e manguezais para manutenção dos indicadores ambientais. Também são feitos investimentos em programas de educação ambiental nas áreas vizinhas e recursos destinados para a manutenção de reservas ecológicas e plantio de mudas nativas às margens do rio Saí Mirim.

Terminal da BTP é pivô de disputa em Santos


Noticiário cotidiano - Portos e Logística
Sex, 14 de Outubro de 2011 07h56min
A Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) determinou que a Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) informe a área exata a ser explorada pela Brasil Terminal Portuário (BTP) no porto de Santos, sob pena de paralisar as obras do empreendimento. A resolução nº 2.254 da Antaq, publicada no fim de setembro, exige ainda que a Codesp comprove que está auditando e fiscalizando os investimentos. Avaliado em R$ 1,6 bilhão, o terminal da BTP é hoje o maior investimento privado multiuso em área pública do porto. Será destinado à movimentação de contêineres e de granéis líquidos.

Paralelamente, a empresa Deicmar, arrendatária de um terminal de veículos próximo à construção da BTP, entrou na Justiça com mandado de segurança contra a Codesp. A empresa argumenta "falta de publicidade" da estatal em relação ao projeto da BTP, o que estaria frustrando seus planos de expansão.

O contrato de arrendamento da BTP foi aprovado em 2009 pela própria Antaq, com área de aproximadamente 342 mil m². Mas o tamanho final do terminal será maior porque o contrato prevê a remediação ambiental da área, trabalho ainda não concluído. O empreendimento está sendo erguido sobre uma região que foi por mais de 50 anos local de descarte de resíduos, razão pela qual virou lugar comum dizer que a tabela periódica está enterrada no local. Dos R$ 1,6 bilhão previstos pela BTP, R$ 300 milhões serão apenas na recuperação ambiental, diz a empresa. Além da dimensão exata da remediação para definir o desenho final do terminal, a Codesp afirma depender da conclusão de um projeto de novos berços públicos para líquidos que serão feitos ao lado da BTP.

Segundo a Antaq, a Codesp já enviou relatórios detalhando os passos da obra, que estão agora sob análise na agência. "Tivemos de cobrar de forma mais incisiva porque ao longo do tempo pedimos algumas informações que não foram dadas", afirmou o superintendente da Antaq, Giovanni Paiva. "Ainda não temos como mensurar o tamanho, vai depender da remediação", afirma o diretor de desenvolvimento comercial da Codesp, Carlos Kopittke.

A história da BTP no porto começou em 2004, quando a empresa comprou quatro contratos para movimentação de granéis líquidos então inoperantes. Juntos, eles perfaziam aproximadamente 148 mil m2. Comprometendo-se a remediar o passivo ambiental, a BTP conseguiu três aditivos (todos no ano de 2007) que totalizam os 342 mil m2 aprovados em 2009 pela Antaq. Em nota, a BTP disse que sua área final será de 490 mil m2, sendo que 148 mil m2 deles representam construção sobre a lâmina d'água. O valor de outorga do terminal será definido de acordo com o tamanho final do empreendimento.

"É bom que se diga que a Antaq não está deixando que a BTP assuma áreas de arrendamento sem licitação. A BTP só adquiriu os quatro arrendamentos porque se comprometeu a sanar um passivo ambiental", afirma Paiva.

A falta de informações públicas sobre a dimensão da BTP levou a Deicmar a entrar com mandado de segurança contra a Codesp no fim de setembro. A empresa opera um terminal de veículos no porto e tem um plano de expansão que conflita com a construção da BTP. As instalações são separadas pelo Rio Saboó.

Segundo a Deicmar, um dos píeres da BTP está sendo erguido na direção da área onde pretende construir dois berços de atracação. O projeto da Deicmar é avaliado em R$ 200 milhões e ampliaria em 36% a capacidade anual de movimentação de veículos da empresa, saindo de 220 mil para 300 mil unidades. A empresa afirma ter apresentado o plano à Codesp em 2007. Desde então, porém, a empresa diz não ter recebido resposta da estatal para tocar o projeto.

"A construção do berço de atracação da BTP está avançando defronte a área arrendada à Deicmar e defronte o nosso espelho d'água, para o qual nós temos um projeto desenvolvido e em fase de licenciamento ambiental", afirma o diretor da empresa, Gerson Foratto.

A Codesp diz não reconhecer o projeto de expansão porque o contrato da Deicmar venceu neste ano. Segundo o presidente da estatal, José Roberto Serra, todos os contratos firmados antes da lei dos portos (1993) serão licitados quando terminarem.

"Não existem contratos a serem prorrogados no Saboó (local onde a Deicmar está), então não há porque se falar de Deicmar após o prazo do contrato dela. A Deicmar está fazendo um licenciamento ambiental por conta dela. Eu não a autorizei a fazer nada, portanto, não existe projeto de berço da BTP avançado áreas do Saboó", diz Serra.

A estatal afirma que o porto terá um novo terminal para movimentação de veículos no novo plano de Desenvolvimento e Zoneamento. Será um terminal multipropósito a ser erguido no conjunto de áreas do Saboó, cujos contratos têm vencimento entre 2011 e 2013. De acordo com o diretor comercial da Codesp, Carlos Kopittke, o terreno somará quase 400 mil m2.

(Fonte:Valor Econômico/Por Fernanda Pires | Para o Valor, de Santos )

Santos:navio pode faturar com venda de lixo



Noticiário cotidiano - Portos e Logística


Embarcações que deixarem seu lixo em terra teriam desconto em taxas portuárias

Navios podem ganhar descontos em taxas portuárias caso descartem em terra o lixo que produzem a bordo e jogam no mar.A medida é estudada pela SEP (Secretaria Especial de Portos) dentro do Programa de Conformidade do Gerenciamento de Resípelo, que avaliará experiências internacionais na questão, como desconto em taxas, prática adotada na Bélgica.

Marcos Freitas, da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), coordenador do programa, busca uma saída sustentável.“Podemos ter os portos como autogeradores de energia a partir deste lixo”, diz.

A saída mais eficaz seria a construção de usinas energéticas que usariam o lixo como combustível. O programa é uma parceria da SEP com 12 universidades federais e vai custar R$ 125 milhões.

“No porto da Antuérpia, o país dá desconto na taxa de ancoragem para navios que deixam o lixo lá”, afirma Antônio Ferreira, diretor Revitalização e Modernização da SEP.

A vantagem com a “compra” é ter maior controle ambiental dos descartes de resíduos sólidos e efluentes.  Além do lixo dos navios, resíduos de operações, como os grãos, precisam de solução, segundo o diretor da SEP, porque ajudam na proliferação  de pombos, ratos e mosquitos nas cidades portuárias.

Fonte: Metro Santos

Massa mansa





DORA KRAMER - O Estado de S.Paulo

Desmotivadas, as pessoas reclamam da desmotivação geral por intermédio de meia dúzia de motivados que se perguntam qual a razão de tanta apatia.
Têm sido comuns as comparações ora com mobilizações de outrora - aí sempre lembrados os movimentos de rua em favor das Diretas Já e do impeachment de Fernando Collor - ora com marchas menos ortodoxas que as organizadas (se é que se aplica o termo) pela internet para protestar contra a corrupção.
Naquelas as presenças eram contadas na casa dos milhões, quantidades que hoje levam às ruas gente motivada pela religião ou pelo simples prazer de farrear sob a bandeira do combate à discriminação.
Quando o assunto é corrupção os números são infinitamente mais modestos: falou-se em 20 mil nos protestos de setembro, calculou-se em 2 mil (SP), no máximo 11 mil (DF), o público presente aos atos marcados para ontem.
Fez sucesso um recente artigo do correspondente do espanhol El País, Juan Arias, questionando a capacidade do brasileiro de reagir "à falta de ética de muitos que os governam". O jornalista resumiu no texto a perplexidade que há algum tempo permeia o ambiente.
A questão lançada por Arias tem sido respondida de diversas formas, sendo a mais comum delas a que atribui a indiferença da maioria ao fato de o governo do PT ter cooptado os movimentos sociais, as entidades estudantis e sindicais e conseguido estabelecer a (falsa) premissa de que protesto contra a corrupção é coisa "da direita", "golpismo" e "farisaísmo".
Há verdade nisso. Basta ver na internet as várias manifestações de desqualificação da iniciativa. É um fator inibidor realmente. Mas não é o único.
O que parece faltar mesmo é apelo, condução e organização. As marchas bem sucedidas e que são usadas como comparativos reúnem esse fatores, mas têm, sobretudo, gente por trás comandando a massa.
Nenhum movimento surge do nada, por geração totalmente espontânea. Nas Diretas Já havia o apelo da aprovação da emenda Dante de Oliveira e o comando da oposição. Os políticos foram para as ruas, organizaram os atos e davam consequência política a cada um deles.
No impeachment de Fernando Collor havia uma CPI no Congresso, havia o ineditismo das revelações que eram feitas quase que diariamente, havia a raiva encubada pelo confisco da poupança e houve o inusitado chamamento do então presidente para que os cidadãos o defendessem nas ruas vestidos de amarelo (a cor das diretas), que resultou num espetacular tiro pela culatra.
Hoje o que há? Os políticos são o alvo e, portanto, não têm credibilidade nem motivação para organizar o que quer que seja; o cinismo engajado põe gente com capacidade de liderança contra a causa; o desengajado acha que o Brasil é mesmo assim, inclusive porque nos últimos tempos foi convencido a abraçar a tese de uma vez por todas; e, depois da adesão do PT aos velhos vícios, falta quem vocalize institucionalmente a indignação "contra tudo que está aí".
O resultado é a dispersão traduzida na indiferença que poderia nos levar a uma constrangedora interrogação: "E quem disse que o brasileiro está real e definitivamente convencido de que a corrupção é uma ameaça concreta a ser combatida?".
Talvez esteja bem menos interessado no assunto do que supõem meia dúzia de motivados preocupados com a desmotivação geral.
Omissão. Para que serve a proximidade do governo federal com os sindicatos - cujos representantes se espalham pela máquina pública e cujos cofres são mantidos cheios e longe de quaisquer fiscalizações por influência oficial - se não serve para estabelecer uma mediação eficaz a greves que prejudicam milhões de pessoas? Só há uma conclusão possível: serve para assegurar apoio político-eleitoral a um grupo político, numa união do útil (para o governo) ao desagradável (para o público).
Na hora das benesses vale a regra da tutela, mas na hora de atender ao interesse coletivo vigora o conceito da liberdade sindical de uns como licença para impor prejuízo a todos.

A paranóia está batendo


Arnaldo Jabor - O Estado de S.Paulo

Um dia, há muitos anos, percebi que haviam modificado a caixa grande dos Chicletes Adams (uma cor-de-rosa e outra amarela). Quem se lembra dessas saudosas embalagens? Eram caixas maiores, que tinham uma janelinha de celofane, através da qual se viam os chicletinhos chacoalhando. Assustado, notei que a janela original fora trocada por uma mentirosa abertura, desenhada com os chicletinhos impressos. Algum executivo zeloso, para fazer bonito junto aos patrões, acabara com a visão real das balinhas frescas como a brisa, deixando-nos somente um simulacro. Isso me preocupou. Entendi que se iniciava uma época comercial menos humana (talvez a pós-modernidade), mas, por outro lado, compreendi que detalhes ínfimos podem ser indícios de momentos históricos. Por isso, como vivemos a época de encrencas insolúveis, sem um futuro claro, me ligo em bobagens iluminadoras do presente.
Por exemplo, que significa a resposta de uma telefonista, se eu lhe agradeço por uma informação e ela replica: "Imagina!...". Que quer dizer isso? Talvez denote que eu e ela fazemos parte de um "sistema" coletivo de obrigações automáticas, sem espaço para gentilezas individuais e gratidão desnecessária. É quase uma repreensão, como se meu 'muito obrigado' quebrasse a lógica contínua de seu serviço. Daí a resposta: "Imagina! O senhor se acha especial?".
Aliás, "senhor" é uma novidade. Dizia-se sempre "Sr. Fulano, Sr. Sicrano...".
Tudo bem, mas agora usam um "senhor" no fim da frase: "Estaremos entregando a encomenda, senhor"... Ou "senhorita". Alguém já ouviu "senhorita" no dia a dia? Isso deve ser influência do gerúndio na dublagem de filmes americanos: "Miss Williams, we'll be sending your package soon". Seria a nefasta influência do imperialismo cultural (esquerda) ou o crescimento de uma linguagem global (liberais).
As telefonistas também dizem: "Quem deseja?" ou "O senhor Fulano não se encontra...". Isso me desorganiza. Tenho ganas de dizer: "Todos desejam, o ser humano deseja! E o senhor Fulano não 'se encontra', como? Ele está em crise, perdidaço na vida?". Nada digo, porque ela responderia: "Eu não saberia lhe informar, senhor...".
Outro fenômeno moderno, ou melhor, "contemporâneo" (aliás, não aguento mais esta palavra 'contemporâneo', que tudo absolve e tudo explica: "Isso é uma merda, mas é supercontemporâneo!..."), é o tom dos falantes no celular. Em aeroportos, é comum mulheres discutindo a relação com o marido, falando alto, andando pela sala, até chorando, na linguagem 'metapsicológica' dos Big Brothers. Criou-se uma língua BBB, feita de súbitas lágrimas, acusações e queixumes, rancor dosado por perdões simultâneos, deixando escapar propositais intimidades, pontuadas por rápidas olhadas para conferir a reação dos circunstantes.
Aliás, por falar em celular, e as musiquinhas? Jingle Bells ou Pour Elise tocam no bolso de um executivo, que imediatamente faz um resumo da situação da empresa aos berros. Por que não fazem um celular que aperte o saco do usuário? Ele daria um grito e gemeria discretamente: "Alô?".
E os dedinhos "contemporâneos" que não param nos blackberries e iPhones, com as cabeças baixas, digitando mensagens misteriosas? Isso me traz uma dolorosa solidão, pois ninguém mais presta atenção em ninguém 'ao vivo', como se o importante é o que não está ali, o desejo 'não se encontra' aqui, mas acolá, talvez na 'nuvem'.
E as notícias? São eivadas de incertezas - se a Grécia quebra ou não quebra - ou de certezas impossíveis como, por exemplo: a taxa de inflação vai ser de 6,3 ou 6,7 ao fim do ano, cai em outubro e sobe em novembro. Como podem saber? Como se mede isso? Por que não tomam medidas essenciais como cortar gastos públicos em vez dessa irritante roleta brasileira de palpites? Claro que os 'pentelhos' e seus aliados feudais não deixam.
Por que as paradas gay têm três milhões e os evangélicos quatro milhões e a marcha contra a corrupção no Rio só 2.500 pessoas? É a medida clara de nossa alienação política.
E as queimadas e desmatamentos? O governo fala disso como se referisse a outro país, com um lamento impotente: "O equivalente a mil campos de futebol foram queimados em um mês...". Por que a medida 'campos de futebol'? Para deprimir corintianos? Aliás, entristece-me ver os times de futebol com anúncios no peito dos jogadores. Sou um babaca romântico, claro. Mas os times heroicos vendendo Hyundai e Kalunga me doem.
E os garçons simpáticos? Sempre que eu peço um guaraná, ouço invariavelmente: "Com gelo e laranja?". Por quê? O meu guaraná indígena não basta? Sempre tenho a esperança de encontrar um "old timer" que me pisque o olho e faça a bela pergunta antiga: "Da Brahma ou da Antártica?".
E a demarcação das terras indígenas, e as paisagens condenadas? É politicamente incorreto ser contra 11 mil índios que dispõem de dez mil metros quadrados cada um na 'Raposa do Sol', índios de bermuda e relógio. Por quê? Não podemos mais admirar uma paisagem sem que um chato não diga: "Olha bem, que está acabando...".
Repugnam-me células fotoelétricas em bicas de banheiros chiques. Você mete a mão ensaboada debaixo de uma bica dourada e a água não sai. Você tenta de novo, nada; até que o faxineiro te instrui a posição certa, esperando gorjeta, mas a água jorra e para, antes de lavar o sabão cor-de-rosa ou cor de diarreia. E o aparelho de secar mão que uiva como uma boca de hipopótamo? E os cremes de rosto e dentes, com a bisnaga vazia pela metade, para faturar uns reais dos otários? E as giletes turbinadas cujas caixas só têm duas unidades? E o papel higiênico 'folha fina', que se esgarça entre as unhas? Abomino e-mails em cascata, com as piadinhas da hora, tenho asco de pequenas besteirinhas como gente dizendo-me "bom descanso" ou "bom trabalho", pagode careta, casais que se casam e se separam na Caras, e, pasmem, não aguento mais 'bunda'. Isso, no bom sentido, claro, mas não aguento mais ver 'melancias, melões e moranguinhos' em toda parte, outdoors, revistas... A economia de consumo é embalada pelas bundas. Viram? A paranoia está batendo... Santo Deus, que será de mim?

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Aos Professores e Professoras de Itapoá


13/10/2011 09h40min

Prêmio Professores do Brasil já registra 1,2 mil inscrições de docentes que concorrem com práticas de sucesso


O Ministério da Educação já recebeu 1.291 inscrições para a quinta edição do prêmio Professores do Brasil, que vai reconhecer 40 experiências desenvolvidas por professores, que tenham contribuído para o sucesso escolar dos alunos e qualidade da aprendizagem; para a permanência do aluno na escola, com práticas que reduzam a repetência, o abandono e a evasão. Os educadores têm prazo para inscrever experiências até o próximo sábado.
Experiências bem sucedidas que promovam a melhoria da educação no Brasil poderão valer prêmios aos professores Até agora, o maior número de inscrições, 480, aborda a educação infantil. No ensino fundamental, estão inscritas 434 experiências realizadas em salas de aulas dos anos iniciais (até o quinto ano) e 254 nos anos finais (até o nono ano). Escolas do ensino médio registraram 123 inscrições.
Os autores dos trabalhos receberão R$ 5 mil em dinheiro, além de troféus e certificados. Outros R$ 80 mil, em equipamentos audiovisuais ou multimídia, irão para as escolas que desenvolveram os projetos escolhidos. Cada escola receberá equipamentos no valor de R$ 2 mil.
O trabalho deve ser enviado para Prêmio Professores do Brasil, 5ª edição, Núcleo de Estudos de Ciência Matemática, Conjunto Agrotécnico Visconde da Graça, Rua Ildefonso Simões Lopes, 2.791, Bairro Sanga Funda, CEP: 96060-290, Pelotas (RS).
O prêmio Professores do Brasil é promovido pelo MEC, em parceria com o Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco) e Organização dos Estados Ibero-Americanos para Educação, Ciência e Cultura (OEI). A Fundação SM, a Intel, o Instituto Votorantim e a Associação Brasileira de Editores de Livros (Abrelivros) são os patrocinadores.
O regulamento, a ficha de inscrição e detalhes sobre a premiação são encontrados na página eletrônica do prêmio.

A quem de direito


A quem de direito



DORA KRAMER - O Estado de S.Paulo

O vice-presidente Michel Temer defendeu a ideia na semana passada e o deputado Miro Teixeira, que trabalha nela há alguns meses, começa a recolher hoje na Câmara assinaturas de apoio a um projeto estabelecendo que dois pontos essenciais da reforma política serão decididos em plebiscito: sistema eleitoral e financiamento público de campanhas.
Os dois divergem apenas quanto à data da consulta: Miro acha que tem de ser em 2012 e Temer sugere o plebiscito para 2014. O deputado pretende conversar com o vice-presidente o quanto antes para discutir esse ponto.
Na visão de Miro, a eleição municipal se presta melhor à consulta por se tratar de um pleito mais simples, com dois votos: um para prefeito e outro para vereador.
Na mesma urna, o eleitor seria consultado sobre o sistema que considera o mais adequado: proporcional, proporcional misto, distrital puro, distrital misto ou o chamado "distritão".
Temer chegou ao plebiscito por considerar "muito difícil" que os partidos construam consenso sobre o tema, porque se trata de uma questão "individual, não partidária".
Já Miro vai mais fundo no problema: "É o tipo da coisa que deve ser decidida pelo poder originário. Qualquer sistema que sair do poder delegado, ou seja, o Congresso, será alvo da desconfiança do povo, pois inevitavelmente de alguma forma lhe retira poder".
Um exemplo, na opinião dele, é a proposta de voto em lista, já derrubada pela Câmara na legislatura passada, que mexe no princípio, "inamovível", do voto direto, pois a prerrogativa de escolher os eleitos é transferida para os partidos.
"Não faz sentido os representantes escolherem de que forma votarão os representados. Estes é que devem decidir a maneira mais adequada de se organizar o sistema representativo", argumenta o deputado.
Miro Teixeira fará dois movimentos: nesta semana, começa a recolher as 171 assinaturas necessárias para apresentar o projeto de decreto legislativo diretamente no plenário e, na próxima, apresenta na comissão especial que discute a reforma política na Câmara uma emenda ao relatório do petista Henrique Fontana propondo a consulta popular.
E por que não incluir também no plebiscito outras questões como o voto obrigatório?
Por dois motivos, sendo o primeiro deles tático, para não ampliar demais o universo do debate e aumentar o campo de resistências.
O segundo motivo é que a mudança (ou não) do sistema eleitoral é a base, o ponto de partida, para se estabelecer qual a forma de escolha de representantes parlamentares assegura a melhora do desempenho da política.
"E para isso não há como importar fórmulas. Não há sistema infalível nem regra universal de sucesso. Cada país tem a sua e o povo bem informado sabe perfeitamente decidir. Quando o Collor pediu às pessoas que fossem às ruas de amarelo não precisou de muita explicação nem campanha para que elas saíssem de preto, porque estavam informadas de que o momento era de se manifestar contra a impunidade", diz Miro.
Sobre a outra pergunta do plebiscito (financiamento público ou privado), o deputado vê boa oportunidade de informar o País e levar ao terreno da transparência um aspecto pouquíssimo discutido: a quantidade de dinheiro público já em circulação nos partidos, "um dos melhores negócios da República e que alimenta o surgimento de novas legendas e transações de toda sorte, a maioria escusa".
É na impossibilidade de os políticos explicitarem desconfiança na capacidade popular de resolver essas questões que o deputado aposta para levar adiante o projeto.
Aderir ao plebiscito, Miro não acha que a Câmara aderirá pura e simplesmente, sem boa dose de pressão. Assim como em princípio o Congresso não gostou da Lei da Ficha Limpa, que acabou aprovada por unanimidade.
A solução, na concepção dele, estará na capacidade dos que apoiam a proposta, dentro e fora do Parlamento, de "expor" os políticos a se manifestarem sobre o assunto. "Podem escolher: ou reconhecem a legitimidade do poder originário de decidir ou defendem a ideia de que o cidadão não sabe decidir. Ou seja, não sabe votar".

Steve Jobs criou uma 'ciência alegre'


Steve Jobs criou uma 'ciência alegre'


Arnaldo Jabor - O Estado de S.Paulo


Steve Jobs me lembra aquela célebre foto de Einstein fazendo careta com a língua de fora. Einstein virou um 'cult' instantâneo. 'Cool', com suéter rasgado, cabelo de hippie velho, Einstein nos tranquilizou, como se dissesse: "Para além do incompreensível - não se preocupem - há o riso, o humano". Steve Jobs também diminuiu nosso medo diante da espantosa evolução científica que nos atordoa. A ciência parece marchar sozinha sem o rosto humano de autores, se reproduzindo em incessante ebulição a caminho de um futuro 'distópico', como dizem os filósofos, apavorados pela falência de seus 'universais'.
Jobs nos restituiu a ideia de que nós, humanos, é que fazemos a ciência e que ela não aponta necessariamente para um futuro terrível e negro, como nos livros de ficção científica. A tecnologia pode ser lúdica, compreensível, de fácil acesso, mesmo que não saibamos que porra é um gigabyte ou como se monta uma placa-mãe. Jobs humanizou a criação técnica, deu um rosto à máquina. Ansiávamos por um autor, por alguém que criasse tecnologia e não foi apenas 'criado' por ela.
Outro dia, no New York Times, o professor Neal Gabler escreveu sobre o assunto.
Ele diz: "Não acreditamos mais em 'grandes ideias', como antes. Não temos mais celebridades culturais que sejam pensadores, gente como Reinhold Niebuhr, Daniel Bell, Betty Friedan, Carl Sagan e Stephen Jay Gould, só para mencionar alguns, mesmo menores. As ideias em si mesmas já ficavam famosas, como 'o fim da ideologia', 'o meio é a mensagem', 'a mística feminina', 'a teoria do big-bang' ou o 'fim da história'. Vivemos em um mundo pós-ideias, um mundo onde grandes ideias iluministas que não sejam imediatamente 'monetizadas' são cada vez mais raras. Marx mostrou a relação entre os meios de produção e nossos sistemas políticos, Freud revelou-nos o inconsciente, Einstein reescreveu a Física. Procurávamos não apenas apreender o mundo, mas compreendê-lo. É claro, especialmente na América, que vivemos numa época pós-iluminista, na qual racionalidade, evidência, argumentos lógicos e debate perderam a batalha para superstição, fé, opinião e ortodoxia. Hoje o que o futuro nos aponta é mais e mais informação. Saberemos tudo, mas não haverá ninguém pensando nisso".
Steve Jobs restaurou a ideia de 'sujeito' para nós, 'objetos' de uma marcha insensata de incompreensões. De certa forma, ele nos devolveu uma utopia, sim, através da visão de uma tecnociência dominável, fácil, brincalhona. Como queriam os arquitetos do século 20, forma e função foram palavras idênticas na cabeça de Jobs, que claramente não era um 'pós-moderno', mas um 'modernista' renascido. Ele provou que, na mutação digital, instrumentos podem ser ideias concretas, impregnadas nos aparelhos, conteúdos na forma. Chips são conceitos. E é verdade, pois estão mudando o mundo até politicamente, como nas manifestações por democracia como vemos no mundo árabe e nas recentes marchas nos EUA, onde há um (ainda leve) 'revival' dos movimentos dos anos 60. Os instrumentos-ideias da Web já nos alertam para a decadente política tradicional, excludente, autocentrada, que está sendo desmoralizada no mundo todo. Há uma busca de transparência e de luta acima dos partidos.
A ideologia que se desenha no ar é a de uma informação democratizada. Muitas revoluções derivam para o totalitarismo, mas o que Jobs fez é uma mutação sem rumo, misteriosa como a vida, sempre se reinventando. O século 21 começou com decepções e tragédias. O futuro era negro. Pode até continuar assim, mas Jobs foi um dos que nos fizeram acreditar que não seremos mais robôs sem alma ou desejo, mas que podemos agir no mundo, que o humano se revigora, se 'vira', renasce para além das 'distopias' que os metafísicos predizem para nos amedrontar. Marx tem uma frase genial: "O capital não cria apenas objetos para os 'sujeitos' consumirem, mas cria também 'sujeitos' para os objetos de consumo". A frase tem um som de agouro trágico, pois seríamos sujeitos 'programados' pelo consumo. Até acho que já somos e seremos, mas, e daí? Jobs nos dá o 'toque' de que esses tais 'sujeitos' não serão necessariamente tortos 'objetos' de um capital tenebroso. Podemos ser sujeitos-objetos mais livres.
Meu filho tem um iPod do tamanho de um relógio de pulso, que custou 100 dólares e que armazena 10 mil músicas e não está nem um pouco preocupado com o futuro terrível, nem tem medo de ser 'fetichizado' como mercadoria. Quem tem medo do futuro são os coroas como eu ou tristes 'hegelianos' sem assunto. Steve Jobs, filho da contracultura, da arte crítica, de Dylan e Picasso, do LSD que o 'descaretizou', criou uma espécie de filosofia prática, 'de mercado', indutiva, para além de explicações genéricas, de grandes narrativas universais. Desqualificou a busca de explicações finais, criou instrumentos para acessarmos o mistério que sempre haverá e sugere até que, por caminhos indutivos, podemos chegar a generalizações discretas.
Claro que ele não está sozinho entre outros craques, como o careta Gates e o espertíssimo Zuckerberg - mas ele sintetizou e humanizou esta nova era.
Ele tirou o computador dos laboratórios e fez a ciência cair na mão das pessoas. O indivíduo se sentiu importante de novo e não apenas um asno batendo cabeça para invenções incompreensíveis. Ele nos ensinou a transgressão contra uma sociedade conformista e obediente, quando disse (seja por marketing ou não): "Pense diferente! Meus computadores são para os rebeldes, loucos e desajustados". Hoje já podemos ter esperança por alguma coisa, seja a morte urgente (e humilhante, se possível) dos assassinos Kadafi e Assad ou, no mínimo, o lançamento do iPhone 5...
Não me esqueço de 1998, quando ele lançou o genial slogan cartesiano: "I think, therefore, Imac!". Não é lindo?
Só entendi a importância profunda da 'ciência alegre' de Steve Jobs agora que ele se foi.

Tecnologia da Santos Brasil eleva produtividade



11/10/2011 - Guia Marítimo


Um novo sistema de pesagem de carga nos pórticos RTG, que fazem a movimentação dos contêineres no pátio do Tecon Santos, está contribuindo para que o terminal consiga bater seguidos recordes de produtividade neste ano. Com a solução, a pesagem do contêiner, que antes era feita somente em balanças convencionais, passou a ser realizada também no próprio equipamento que movimenta a carga, reduzindo desta forma uma etapa na operação e o tempo de movimentação.

De acordo com Washington Flores, diretor executivo do Tecon Santos, a solução foi desenhada pela Santos Brasil em parceria com fornecedores de sistemas mecânicos e de automação e consiste na implantação de sensores para medição de força ou peso em tração nos cabos dos RTGs. Essas células de carga, certificadas pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro), realizam a pesagem automática com a mesma precisão das balanças convencionais. Os dados são transmitidos, por um sistema de localização (DGPS), para o centro de monitoramento do terminal, que processa a informação em tempo real. Com a implantação do sistema de pesagem também nos RTG´s, o terminal passa a ter 19 balanças para pesagem de contêineres de importação contra as 4 balanças convencionais utilizadas anteriormente.

Em agosto, o Tecon Santos atingiu o maior recorde de produtividade de toda a sua história: 80,38 Movimentos Por Hora (MPH) por navio em média no mês. Na comparação com os 58,05 MPH, registrados em janeiro deste ano, o crescimento acumulado foi de quase 40%. Além do novo sistema, investimentos realizados em capacitação da equipe e na modernização tecnológica e novos equipamentos também contribuíram para esse desempenho.

Durante os 14 anos que administra a concessão pública do Tecon Santos, a Santos Brasil investiu R$ 1,9 bilhão no terminal. Deste montante, cerca de R$ 800 milhões foram aplicados em novas tecnologias e equipamentos como os super guindastes, que movimentam dois contêineres de 40 pés ou quatro de 20 pés simultaneamente; a troca da frota de equipamentos de movimentação de pátio para RTG; a substituição de carretas por terminal tractors, equipamentos especiais para transporte de contêineres em terminais, que além de redução de custo operacional trazem impacto positivo na emissão de CO2.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

A nova galeria de chatos








Arnaldo Jabor - O Estado de S.Paulo


Estou num elevador vazio, indo para o vigésimo andar. Entra um cara, e me olha. Eu, precavido, já estou de cabeça baixa. Fico tenso de dúvida: "Ele ousará falar?" - eu penso. "Falo com ele?" - ele pensa. Passam uns andares. "Ele não vai aguentar" - eu penso.
Não dá outra: "Você não é aquele cara da TV?".
"Sou... ha, ha" - sorrio pálido, fingindo-me deliciado.
"Só que eu esqueci teu nome... Como é teu nome mesmo?"
Penso em enforcá-lo na gravata de bolinhas, mas respondo: "Arnaldo".
"Não; é outro nome. Qual é mesmo?" Desesperado, murmuro: "Jabor"... "É isso, porra! Claro... E é você mesmo que escreve aquelas coisas...?" Penso, sorrindo: "Não..., é tua mãe que me manda lá da zona...". Como eu apareço peruando na TV, dá nisso. O sujeito pensa que é íntimo, pois quando ele transa com a mulher de noite, estou olhando da tela.
Este é um pequeno exemplo, pois a galeria de chatos está em permanente renovação. Eu já escrevi aqui sobre isso, mas tenho de repetir, porque eles evoluem e agora se expandem pelas redes sociais. São os novos chatos digitais que abundam (sic) nos twitters e facebooks. Podemos chamá-los de "e-chatos" que me atormentam com e-mails loucos ou produzem textos ridículos com meu nome.
Todo dia surge uma nova besteira, com dezenas de e-mails me elogiando pelo que eu "não" fiz. Três senhoras me abordam - "Teu artigo na internet é genial! Principalmente quando você escreve: 'As mulheres são tão cheirosinhas; elas fazem biquinho e deitam no teu ombro...'".
"Não fui eu...", respondo. Elas não ouvem: "Modéstia sua! Finalmente alguém diz a verdade sobre as mulheres! Você também escreveu que 'bunda dura' não é importante. Fiquei felicíssima, porque tenho bunda mole!". (Juro que é verdade.)
Há um outro texto rolando (e elogiado), em que louvo a estupidez humana, chamado "Seja Idiota!"... É um sucesso entre imbecis...
Mas, além dos "e-chatos", não podemos nos esquecer dos chatos ao vivo, que também mudam e se reinventam.
Claro que gosto de conversar com eventuais leitores ou ouvintes. Não sou tão chato assim. Muitos são ótimos e gentis. Mas, tem cada um...
O fundador da estirpe dos chatos é o célebre "chato de galochas", cujo nome provêm do sujeito que calçava as galochas e saía de casa com chuva torrencial para chatear alguém a domicílio. Seria o chato "on delivery".
Agora, surgiu um tipo perigoso: o "chato-autocrítico". Ele chega com um sorriso constrangido e confessa logo de saída: "Eu sei que sou chato... ha... ha..., mas desculpe eu perguntar: na sua opinião, o Lula vai voltar?".
Além do autocrítico, há o chato-crítico, ou o "chato do mas". Ele te agarra na rua e começa com elogios rasgados: "Você é o máximo; aquele teu artigo foi legal, mas... (trata-se do "chato do mas") você disse uma besteira horrível, outro dia - o PIB da China não é aquele que você falou... Tá por fora! Tem de ler mais economia, hein? Ha, ha".
Há também os "chatos de esquerda" e "chatos de direita". Ambos me empurram contra uma parede e me doutrinam sobre o Brasil. Acham que sabem tudo. E vejo que os dois chatos ideológicos se encontram no infinito, pois a essência da chatice é a certeza...
Outro tipo terrível é o que te elogia pelos piores motivos: "O que mais gosto em você é o desprezo que você tem por esse povo ignorante e vagabundo. Brasileiro não presta...". Pode?
Outro dia, sofri um assédio inédito: os "chatos em dupla". Eu estava no aeroporto, às oito da manhã, quando eles vieram. Veio um e começou a me inquirir gravemente sobre o Oriente Médio. Suando frio, comecei a resmungar com a boca pastosa, quando surgiu um outro, desconhecido do primeiro. Eis que o novo chato interrompeu o titular da posição com perguntas ansiosas, "se eu achava que a Dilma estava indo bem", etc... Aí, deu-se o conflito: os dois passaram se digladiar na minha frente pelo direito 'hierárquico' de me encher o saco. "Eu cheguei primeiro, tenho prioridade, depois você fala! Sim, não!" Parei de sofrer e fiquei maravilhado com a rica 'biodiversidade' da espécie. Neste instante, surge outro chato, o famoso "altissonante", que me agarra e berra: "Cara, eu te adoro! Sou teu fã!" e me bate violentamente nas costas, num elogio com laivos de insulto e vingança. É assim...
Nesta nova galeria, há veteranos, como o chato da Ponte Aérea... Ele fica à espreita na sala de embarque; quando você entra, ele já te viu de longe... Você pensa: "Será que ele me viu?". Você finca os olhos no jornal, com temor e esperança. Dali a pouco, passos a teu lado, uma maleta pousa no chão e ele gruda: "Posso lhe dizer uma coisa?... Acho que você devia falar menos de política e ver o lado humano do cidadão comum... Veja eu, por exemplo; sofri muito quando minha mulher me largou, mas posso lhe aconselhar que o amor, meu caro...". Trata-se do "chato conselheiro", que, em geral, te deixa um cartão de visitas: "Se precisar, liga".
Também lembro sempre do "chato-corno". Eu tomando um cafezinho no aeroporto, oito da manhã, indo para Porto Velho. Vem o cara no celular, falando alto: "Ihh..., meu amor..., sabe quem está aqui ao meu lado?... O Jabor..., quer ver?". Se vira para mim e: "Fala aqui com minha namorada; o nome dela é Eliette".
Um dia, houve a apoteose do chato do autógrafo. Fazia eu um modesto xixi num banheiro de cinema, quando o cara chegou: "Me dá um autógrafo?". Fiquei uma arara: "Estou fazendo xixi..., porra..., tu quer o quê?". E ele: "Qual é a tua? Tá pensando que eu sou viado? Enfia esse autógrafo, etc...".
Em geral o chato é carente, com uma ponta de sadismo. Ele gosta de ver teu sofrimento; por isso, não adiantam respostas malcriadas, resmungos frios. Ele gruda mais. Uma técnica que funciona é chatear o chato. Seja o chato do chato. Ele pergunta: "Você vai fazer outro filme, já que esse não deu grana?". Aí, você retruca: "O que você está achando do PMDB?".
O Tom Jobim, uma das maiores autoridades em chatos de todos os tempos, me ensinou um truque infalível: "Use óculos escuros. O chato fica desorientado, pois ele adora ver o próprio rosto refletido em teus olhos desesperados".

Empresa quer construir porto para navios de grande porte no litoral paulista

Notícias do Setor

11/10/2011 - G1


A WTorre irá anunciar ainda nesta mês a construção de um porto privado no litoral de São Paulo. A informação é do presidente da empresa, Walter Torre Jr.
 
Segundo ele, será o maior projeto da companhia no país e custará em torno de R$ 5 bilhões. A previsão é concluir a obra em quatro anos. “É um porto de enormes dimensões para corrigir essa deficiência que o Brasil tem de interação com o resto do mundo”, disse, após participar de painel durante assembleia da associação dos World Trade Centers, em São Paulo.
 
Questionado sobre a cidade em que o porto seria construído, Torre Jr. preferiu não dar mais informações. 
 
Torre explica que o foco será atender embarcações de grande porte. “O porto terá 2 milhões de metros de área e 6 quilômetros de berço”, diz.
 
Segundo ele, o investimento será feito em parceria ciom empresas interessadas em operar no local. “É um clube de investimento. São vários usuários para poder ter carga própria. Vamos lançar este mês ainda”, disse.
 
Questionado se o porto pode ser comparado ao Porto do Açu, que está sendo construído pelo empresário Eike Batista, o empresário disse que o projeto tem características diferentes. “Aquele do Eike é um pouco exagerado, mas é na proporção”, diz. “A diferença é que é para grandes navios. É um complemento para navios que hoje não entram no Porto de Santos”.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

ITAPOÁ E O TURISMO



por : Virgilio Dantas

Muito se fala na indústria do turismo, mas poucos colocam em prática aquilo que pregam. Itapoá é uma cidade famosa pela beleza natural. São  32 km de praias rodeadas por uma mata exuberante.
Além de tudo, a cidade conta com um porto com o seu já peculiar deck onde os turistas podem apreciar os navios e até mesmo uma operação de carga e descarga.

Por tudo isso, era de se esperar que o nosso município estivesse mais preparado para recepcionar os turistas. No entanto, não é bem assim que acontece.

Os mais apressados preferem culpar os administradores da cidade, outros preferem se omitir até quando a situação não prejudica seus negócios.

Mas, o que percebo é que tanto a culpa quanto a omissão não estão contribuindo para melhorar a qualidade de vida no município e muito menos para alavancar o turismo e conseqüentemente a geração de novos empregos.
As iniciativas para melhorar o turismo na cidade devem partir dos próprios moradores, e comerciantes.

Nós que vivemos o dia-a-dia no município somos os mais interessados na busca de uma alternativa que garanta um futuro próspero para nossos filhos, netos e bisnetos, sem que precisem mudar de cidade em busca deste ideal.

Eu li uma história sobre um ratinho que viu que o dono da fazenda havia comprado uma ratoeira para matá-lo e começou a alertar todos os animais. A galinha, o porco e a vaca se mostraram solidários com a sua situação, mas como não eram suas vidas que estavam sendo ameaçadas, não se propuseram a ajudar.

Durante a madrugada, ouviu-se um barulho: a ratoeira pegou algo! A mulher do fazendeiro desceu e, como estava escuro, não percebeu que a armadilha tinha prendido o rabo de uma cobra e foi mordida.

A mulher foi tratada, mas continuava com febre e o fazendeiro matou a galinha para fazer uma canja. A mulher começou a se recuperar e para agradecer a visita dos vizinhos, o fazendeiro matou o porco. Finalmente com a mulher recuperada, o fazendeiro enviou a vaca para o matadouro para vender a carne e pagar as despesas do tratamento.

Não teria sido muito melhor se a galinha, o porco e a vaca tivessem entendido que o problema de um coloca todos em risco? Que isso também nos sirva de lição.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

A VIOLENCIA NAS ESCOLAS E O ECA

por:Virgilio Dantas


Qualquer tipo de violência se reflete em um problema social, no caso em apreço estamos falando de assuntos relacionados à violência escolar, que se reflete dentro ou fora das escolas e se manifesta de diversas formas entre todos os envolvidos.
Anos atrás a escola era considerada o centro de formação de valores éticos e morais em que se agregavam professores, alunos e funcionários.
Ocorre que, atualmente, parece que estes valores foram dissipados, seja pela falta de comprometimento nos meios acadêmicos ou pela violência estampada no cotidiano e vivenciada pelos alunos.
Na grande maioria dos casos os jovens perderam o senso de uma sociedade justa e igualitária. Em virtude disto, a violência nas escolas se reflete desde pichações, depredações de móveis, vidros e objetos até as agressões físicas, tanto por parte de alunos quanto por parte de professores e orientadoras escolares despreparadas que apenas pelo simples fato de terem passado em um concurso de prefeitura/estado e ainda por cima contando com um empurrãozinho dado por alguém mais próximo ao poder publico.
Muitos discutem no meio acadêmico que um dos pontos que gera a violência é a falta de punição, principalmente do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), todavia, o ECA não é uma lei apenas de direitos, mas também de deveres, e muitos educadores, direção, pais e principalmente os jovens jamais leram na íntegra a referida lei para verificarem a sua real aplicação.
Quando ocorrer casos de agressões físicas ou morais com direção, professores e funcionários no interior das escolas ou em consequência de convivência escolar, possui responsabilidade o ente público/privado, podendo inclusive a ação ser efetuada também contra os pais ou responsáveis se menor de idade, devido ao pátrio poder ou contra o próprio agressor se maior de idade.
Todavia, nos meios judiciais são ínfimas as ações voltadas neste sentido, bem como em relação à degradação do patrimônio público, pois a direção não ingressa na esfera criminal, não efetua ação de indenização, muitas vezes com medo de represálias do próprio lesador. Contudo, é importante arguir que quem ocupa cargo de direção escolar representa a União, Estado ou o Município, devendo fazer tudo o que for possível para oferecer proteção ao patrimônio público e a própria comunidade, podendo responder pela sua omissão.
Em virtude do exposto é necessária uma maior conscientização por parte não só dos profissionais que militam na área educacional, mas ainda de práticas que esclareçam direitos e deveres, podendo inclusive ser através de curso de formação profissional, pós-graduação ou encontros acadêmicos.
O que não pode continuar acontecendo é a balburdia que ocorre nos meios educacionais, visto direção, professores, funcionários e alunos ao invés de buscarem formação, estarem se deturpando e vivendo como se estivessem em constante confronto. Alunos em constante guerra com professores e orientadores escolares, estes por si em alguns casos sem nenhum preparo ou  formação digna de desempenhar a referida função.Sem sombra de dúvidas ao Estado compete fornecer uma educação de qualidade, contudo, para cada um de nós estamos incumbidos do exercício da cidadania e a confirmação de nossos direitos e deveres, não sendo a omissão o auge deste objetivo.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Camelódromos Partidários.


por:Virgílio Dantas


Mais uma politicagem soltada no ventilador semana passada fez com que a nossa Câmara Municipal devido a uma denuncia e mais algumas outras que devem vir à tona, pois ora bolas, estamos queiram ou não adentrando a um processo eleitoral não muito distante e é aí que começam as denuncias fazendo com que a  Câmara possa ser comparada a um camelódromo.
Mesmo sabendo que estes esquemas acontecem, eles ainda causam indignação quando deparamos com exemplos e denúncias de políticos. São nestas horas que a verdade aparece na Câmara e demais esferas, por mais que todos desmintam. Somente quando os podres saem das bocas dos políticos, é que sabemos que a verdade foi dita.
Desconfio que isso deva ser uma prática comum entre alguns políticos.  O meu e o seu dinheiro retirados por meio de impostos sendo colocados nestes camelódromos. Isso chega a ser roubo.
Mas pior do que toda esta baderna, que já virou crônica no meio político, é saber que esta classe não para de crescer. Nesta semana, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) concedeu o registro a um novo partido, o PPL (Partido Pátria Livre), que seria o 29º do país. Há muito que partidos neste país deixou de ter relevância na política e para população. De fora, o que aparenta é uma confusão que não leva a nada, deixando-os todos no mesmo saco.
Até o presidente do TSE, ministro Ricardo Lewandowski fez uma crítica sobre o sistema político partidário brasileiro. Segundo ele, estamos indo além do pluripartidarismo, estamos ingressando no hiperpartidarismo. “É uma novidade que criamos no Brasil”, completou.
Também acho que são muitos partidos e que a legislação deveria ser mudada. Este hiperpartidarismo não é nem mais democracia. Viraram tantos partidos que não se tem mais a identidade de nenhum deles. Não sabemos o que é oposição ou situação, mas apenas conchavos e acordos entre eles. Na verdade, não é apenas a nossa Câmara Municipal que virou um camelódromo, mas todo o Congresso, Assembléias e Prefeituras. Vivemos em um estado que a busca ao poder, mesmo que insanamente, é o que vale.