Comunidade Portuária de Itapoá.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

LEDA MAERSK, CENTESIMO NAVIO A ATRACAR NO PORTO DE ITAPOÁ.

               PARABÉNS A TODOS QUE CONTRIBUIRAM PARA TAL FATO, E QUE VENHAM MAIS

                                          NAVIOS.

QUEM É O SEU AMANTE?



Jorge Bucay – Psicólogo

Muitas pessoas têm um amante e outras gostariam de ter um.
Há também as que não têm e as que tinham e perderam.
Geralmente, são essas últimas que vêm ao meu consultório, para me contar
que estão tristes ou que apresentam sintomas típicos de insônia, apatia,
pessimismo, crises de choro, dores etc.
Elas me contam que suas vidas transcorrem de forma monótona e sem
perspectivas, que trabalham apenas para sobreviver
e que não sabem como ocupar seu tempo livre.
Enfim, são várias as maneiras que elas encontram para dizer que estão
simplesmente perdendo a esperança.
Antes de me contarem tudo isto, elas já haviam visitado outros
consultórios, onde receberam as condolências de um diagnóstico firme:
“Depressão”, além da inevitável receita do antidepressivo do momento.
Assim, após escutá-las atentamente, eu lhes digo que não precisam de nenhum
antidepressivo; digo-lhes que precisam de um AMANTE!!!
É impressionante ver a expressão dos olhos delas ao receberem meu conselho.
Há as que pensam:
Como é possível que um profissional se atreva a sugerir uma coisa dessas?
Há também as que, chocadas e escandalizadas, se despedem e não voltam nunca
mais.
Para aquelas, porém, que decidem ficar e não fogem horrorizadas, eu explico
o seguinte:
AMANTE é aquilo que nos apaixona; é o que toma conta do nosso pensamento
antes de pegarmos no sono; é também aquilo que, às vezes, nos impede de
dormir.
O nosso AMANTE é aquilo que nos mantém distraídos em relação ao que
acontece à nossa volta.
É o que nos mostra o sentido e a motivação da vida.
Às vezes encontramos o nosso AMANTE em nosso parceiro.
Também podemos encontrá-lo na pesquisa científica ou na literatura, na
música, na política, no esporte, no trabalho, na necessidade de transcender
espiritualmente, na boa mesa, no estudo ou no prazer obsessivo do
passatempo predileto…
Enfim, é alguém ou algo que nos faz namorar a vida e nos
afasta do triste destino de ir levando.
E o que é ir levando”?
Ir levando é ter medo de viver. É o vigiar a forma como os outros vivem,
é o se deixar dominar pela pressão, perambular por consultórios médicos,
tomar remédios multicoloridos, afastar-se do que é gratificante, observar
decepcionado cada ruga nova que o espelho mostra, é se aborrecer com o
calor ou com o frio, com a umidade, com o sol ou com a chuva.
Ir levando é adiar a possibilidade de desfrutar o hoje, fingindo se
contentar com a incerta e frágil ilusão de que talvez possamos realizar
algo amanhã.
Por favor, não se contente com ir levando… Seja também um amante e um
protagonista DA SUA VIDA!

Acredite:
O trágico não é morrer; afinal a morte tem boa memória e nunca se esqueceu
de ninguém.
O trágico é desistir de viver…
Por isso, e sem mais delongas, procure algo para amar…
A psicologia, após estudar muito sobre o tema, descobriu algo
transcendental:

PARA ESTAR SATISFEITO, ATIVO E SENTIR-SE JOVEM E FELIZ, É PRECISO NAMORAR
A VIDA
A inteligência é o único meio que possuímos para dominar os nossos
instintos

Sigmound Freud

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Comemorou-se o que?

V. Dantas


E quando vejo a definição de República, começo a desconfiar que não tenho muito que comemorar. Primeiro, é que se tratando de política, muita coisa não é pública, e nunca se tornará. Compra de votos, acordos firmados, coligações políticas, trâmites licitatórios, e o preço para apoio a projetos, são informações privilegiadas de quem percorre os bastidores políticos, mas que nunca trará tal conhecimento à tona.
Em segundo, o significado traz a idéia de que o eleito é representante de seus eleitores. Nada mais lógico, mas não tão prático. Isso porque a maioria dos candidatos, depois de eleitos, dificilmente voltará andar por ruas que andaram durante campanha. Dificilmente apertará a mão de populares não tão bem vistosos, como ocorre em campanha. E tão pouco dará satisfação das promessas feitas em palanques e que nunca se concretizarão.
Outro ponto questionável é ter uma chefia com duração limitada. Limite é uma coisa não muito comum em política. Há a falta de limite no gasto do dinheiro público, há falta de limite na contratação de parentes, há falta de limites até em discursos superficiais e infantis que subestimam nossa compreensão.
Ainda temos exemplos, em pleno século XXI, de coronéis que se mantém e sustentam suas famílias por mamarem a anos nas tetas do poder. São senadores, deputados, políticos que nunca saem de cenário, no máximo alteram a função. Há nomes que ouvia quando criança, e que hoje ainda ouço como sendo de pessoas que determinam os rumos do Brasil. Não é difícil encontrar vereadores, que se mantém há anos, que cativaram votos em troca de uma cesta básica, material para construção ou de míseros R$ 50. Fato esse que compromete o último ponto do significado de República: o voto livre e secreto.
O voto não é tão livre assim, já que muitos o amarram na promessa de um carguinho no Poder Público, ou na garantia de ter contas de água e luz, pagas por um tempo. Também já não é tão secreto assim, pois muitos são pressionados por parentes ou amigos, de votarem em determinada cor. Aliás, cor aqui em Itapoá é algo levado a sério. E não se trata de cor de etnia, ou de times de futebol. Está ligado a partidos. O que implica que por cor, seu caráter e valores são medidos, julgados e, em muitos casos, condenados.
Por isso, não saio perguntando aos outros se lembram de que feriado foi ontem. Pois, podem até lembrar o que é celebrado ontem ou qualquer outra data. Mas o que é celebrado, não é celebrado há muito tempo.