De olho nas eleições de 2012, candidatos já se mobilizam, alguns saem na frente e outros aguardam e pensam na melhor estratégia para entrar em cena. Mas o que já ficou claro é que os que estão no poder e querem permanecer ou trocar de posto aproveitam da situação e usam a máquina administrativa a seu favor. Nem bem os pré-candidatos a prefeito e vereador, e que não estão no poder, apareceram e os que já estão em um cargo começaram a aparecer há muito tempo.
É legal? Não sabemos, já que o uso acontece aos olhos de todos e não há sequer nenhuma fiscalização por parte da Justiça Eleitoral. Mas acredito que pelo menos imoral deve se levar em conta. Até porque é nitidamente injusto para com os demais candidatos, anônimos ainda, que já começam em desvantagem.
Além do uso do espaço físico dos poderes Executivo e Legislativo, estes pré-candidatos usam os funcionários em questão e, principalmente, a assessoria dos órgãos oficiais. Tudo isso até seria “normal” não fosse apenas por um detalhe, primordial a meu ver, este pessoal, assim como o espaço, são pagos com dinheiro público, e no caso, do povo brasileiro, que não está aqui para sustentar ego de ninguém.
Este uso da máquina administrativa acontece em todas as esferas. Embora esta eleição seja para prefeito e vereador, a de governador, presidente e deputados estadual e federal, também fazem uso do poder e da máquina administrativa para suas campanhas. Creio que esta situação, que sempre aconteceu, piorou depois das últimas eleições do cargo majoritário do país. O eterno presidente Lula usou e abusou, além de dar uma “banana” para a legislação eleitoral, que cansou de multá-lo e repreendê-lo.
É isso que me entristece neste país. A Justiça Eleitoral, ou talvez a legislação, parece que não trabalha em prol da população, mas sim dos candidatos que cada vez mais estão ousados com o uso do poder econômico.
Este uso está enraizado entre os políticos novos e ao “tarimbados”. E o abuso é tanto que tem uns, principalmente nos cargos de deputado e vereador, que não saem nunca do poder. Entram e saem de eleições, vitoriosos, chegando a se aposentarem nos cargos. Nestes casos, eles dão cargos, fazem promessas de empregos. Alguns então, para atender seus correligionários, criam vagas, em projetos que são verdadeiros trens da alegria. Estes também estão fazendo uso da máquina administrativa.
E mais uma vez lembro, tudo seria “normal” não fosse o fato destes “mimos” dos políticos saírem do bolso do brasileiro. O certo mesmo é que todos, sem distinção, aparecessem somente quando começasse o horário político da mídia e os comícios das ruas.
Se já existe legislação que coíba está prática nas repartições públicas, gostaria muito que a Justiça Eleitoral desse um jeito nesta farra, pois também se a sociedade se mobiliza para criar leis contra abusos, como a Ficha Limpa, de nada adianta se o órgão competente não fizer valer em todos os municípios do Brasil, sem distinção.
Comunidade Portuária de Itapoá.
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