Comunidade Portuária de Itapoá.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

NEM ME CONTE...

Todo mundo fofoca.
Todo o Mundo fofoca.
Em toda a História da Humanidade, a fofoca foi a única rainha que nunca perdeu o trono.
Não é apenas em cidades com poucos habitantes que a língua é o órgão mais potente e ativo do corpo; também nas capitais se fala, a toda hora, de todos.
Se bem que – não podemos negar – em cidades pequenas e médias, as línguas se movimentam mais.
Ainda existe, por exemplo, a típica figura da velha na janela, a qual passa o dia vigiando a vida de todos. E há variações: moça no alpendre, rapaz na moto, adulto na esquina, criança no parque, velho no velório, etc. O único ponto que não varia é o grau de veneno destilado pelas respectivas línguas.
Se um homem casado cumprimenta uma mulher solteira, dizem que “aí tem coisa”. Se ele não cumprimenta a tal mulher, dizem que estava disfarçando... só para ninguém perceber.
Se uma mulher casada, por outro lado, cumprimenta um homem solteiro, dizem que “aí tem”; se não cumprimenta o homem...também dizem que ”aí tem...”
Se uma moça usa roupas apertadas, dizem que não passa de uma sirigaita. E se usa roupas folgadas, chegam a fazer apostas: “com quantos meses acha que ela está? “
Se um funcionário público aparece com um carro novo...” esse está roubando!” Se aparece com um “ pois é”...” isso é só fachada, só para não chamar a atenção...deve estar roubando de dar dó!”
E o que dizer daquelas pessoas que, numa roda com cinco, seis amigos, a cada amigo que sai, destila contra este as piores fofocas ? Já vi grupos como esse, em plena via pública, perdurar por horas, pois ninguém queria ser o primeiro a sair...e ser o tema das fofocas. Creio que a única maneira de se evitar esse problema ( bem como evitar que os componentes do grupo acabem lá ficando por horas, dias, semanas, meses) , seria uma debandada geral. Quando qualquer dos membros precisasse ir embora, contariam até três e...todos sairiam correndo. O único problema desse método é que – com certeza – os que vissem essa cena diriam que “aí tem...”
Outro grande problema da fofoca, talvez o maior deles, é o denominado “efeito telefone sem fio”. João fala para Pedro que Maria, moradora do Pontal, passou no concurso para trabalhar no recenseamento; Pedro fala para Josefa que João disse que Maria passou no concurso para vender incenso; Josefa fala para Claudemir que João entrou para uma religião esquisita e, agora, só fica cheirando incenso; Artur fala para Geraldo que Claudemir disse que uma outra pessoa havia perdido completamente o senso ( embora – acrescenta Artur - o maluco deva ser o próprio Claudemir...”também...já viu a cara de louca da mãe dele? Ou será o seu irmão Hélio?”). Três dias depois, Hélio sai correndo da cidade, onde todos estão dizendo que ele está vendendo incenso com maconha...
Em resumo, muito cuidado com o que você come na região central da cidade. De fato, se você comer algo, e esse algo embrulhar seu estômago, e você acabar vomitando em plena praça da Matriz, prepare-se... No Itapema, vão dizer que viram você de fogo, e em plena luz do dia. E enquanto isso, em Itapoá, em meio a palpites sobre as mais variadas doenças, haverá apostas sobre quanto tempo ainda lhe resta de vida

Nenhum comentário:

Postar um comentário