Falta de pai Texto publicado em 16 de Setembro de 2011 - 05h37 |
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por Hermann Gonçalves Marx * |
O filho era muito grudado ao seu pai. Sentia uma grande proteção quando ele estava por perto. Não que o achasse um grande herói, pois já havia passado dessa idade, mas o admirava muito. A mãe também alimentava sua alma e podia contar com ela sempre, mesmo que fizesse alguma besteira. Ela podia repreendê-lo, mas sentia que mesmo assim ela estava ao seu lado para o desse e viesse. Tinha uma vida feliz. Tinha apoio familiar. Não era rico, mas tinha uma meta que incluía mais do que sua ambição egoísta. Sua vida fazia sentido mesmo nas adversidades. Chorava e ria, mas dividia suas emoções com outros, sem receios. Um dia percebeu que sua mãe andava mal de saúde e que não restava muito tempo de vida. Apegou-se mais ainda ao pai. Este também, talvez pela perda da mãe, começou a definhar e não muito tempo depois se foi. Eis que ele, de repente, se viu só. Não teria com quem dividir seus temores. Tornou-se um lutador apenas para si. Quando olhava no espelho não reconhecia a si mesmo. Tinha perdido seus sentimentos maiores, tinha perdido seu rumo. É assim que está se sentindo cada ser humano neste novo mundo. Onde está o dono da empresa para qual ele trabalhava, para quem tinha uma admiração e do qual sabia poder contar? Podia pedir um vale, algum adiantamento, talvez férias adiantadas, podia ser até que conseguisse um empréstimo que pagaria em prestações sem juros. Agora trabalha para os acionistas. Nunca os viu e sabe que estes podem ser diferentes dia a dia. Anônimos proprietários. Não são mais seu José ou seu Pedro. Só os conhece por majoritários, minoritários, portadores ou nominais. Caramba!, pensa ele, são sempre plural? Volta para casa na esperança de encontrar alguém, quer discutir, participar. Escuta apenas na televisão que o governo não sei de onde, porque não sabia governar este país, quer dar calote a outros governos e bancos, e com isso, está prejudicando seu dia a dia, e que ele ainda vai ter de pagar por isso. Não tenho filho com nome grego, nem espanhol, nem irlandês, nem italiano. Nem tenho filho!, reclama o coitado. Toma um leite quente e vai dormir. Sexo virtual?, nem pensar. |
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segunda-feira, 19 de setembro de 2011
Falta de pai
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